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Id: | 22363
| Autor: | Mannarino, Celina
| Título: | Consciência do eu e transtornos mentais em hanseniano asilados há mais de dez anos ?-
| Fonte: | Rio de Janeiro; s.n; 2000. xvii,214 p. tab.
| Tese: | Apresentada a Universidade Federal do Rio de Janeiro. Instituto de Psiquiatria para obtenção do grau de Doutor.
| Resumo: | A consciência do eu e a ocorrência de transtornos mentais foi avaliada em hansenianos internados no asilo de Curupaiti, localizado no Rio de Janeiro. O objetivo principal da investigação foi elucidar a psicopatologia dessa afecção somática crônica que, quando não tratada adequadamente, implica a perda da integridade física e psíquica, além de prejuízos à inserção social dos acometidos. Submetemos a avaliação qualitativa e quantitativa 30 casos tratados previamente ou em tratamento, acometidos ou não por mutilações e vivendo asilados há, pelo menos 10 anos. Investigamos aspectos referentes ao esquema cognitivo do eu, à metaidentidade, à identidade no tempo e à representação da doença. Aplicamos, também, os instrumentos diagnósticos: Structured Clinical Interview for DSM-IV (transtornos do eixo) e Structures Clinical Interview for DSM-III-R (transtornos do eixo II) e as escalas de Hamilton, para ansiedade e depressão, nessa amostra. Categorias discursivas repetidas nos discursos dos casos e resultados diagnósticos compuseram um inventário aplicado ao grupo controle. Esse grupo incluiu 20 membros da comunidade, não acometidos pela hanseníase, mas vivendo em Curupaiti por um tempo mínimo de 10 anos. No grupo de casos, o fator mais importante relacionado à conciência do eu foi a preocupação envolvendo a perda da integridade corporal, tanto nos aspectos estéticos quanto funcionais. A conciência ligada a atributos negativos do eu, nesse grupo, envolveu fatores morais, sociais e estéticos relacionados à vivência de adoecimento e asilamento. A prevalência de transtornos mentais é alta na amostra estudada. As principais ocorrências foram: distimia (30 por cento), transtorno do uso de substância - álcool - 20 por cento, transtorno dissociativo (10 por cento), fobia a altura (10 por cento) e quadro histriônicos. As preocupações envolvendo o estigma vinculado à doença e suas repercussões foram relevantes no grupo controle. O estudo propõe que se destine maior atenção à eleboração do esquema corporal e da conciência do eu para compreensão da psicopatologia sofrida por esses hansenianos. Recomenda, também, que se procurem entender melhor os fatores históricos, culturais e morais vinculados ao estigma da lepra e do asilamento, para que os programas de prevenção, tratamento e reabilitação psicossocial tenham êxito e incluam uma ampla abordagem informativa e motivadora aplicada a pacientes, à sociedade e aos profissionais de saúde. (AU).
| Descritores: | HANSENIASE/psicol PSICOLOGIA
| Limites: | RELATO DE CASO
| Localização: | BR191.1; WC335.230, M316c |
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